quinta-feira, 28 de setembro de 2006

"partiste sem nunca teres chegado"

Foste-te embora e não me ensinaste a viver sem ti.
Não me deixaste manual de instruções(...).
Nada que me dissesse para onde me virar nem o que fazer a seguir, (...).
Um folheto explicativo, ao menos;
uma tradução manhosa do original em chinês,
com o género trocado e palavras inventadas, corruptelas ou derivadas.
Nem um recado, sequer, na porta do frigorífico, faz assim ou faz assado,
ou um post it na secretária, no ecrã do computador,
que sumariamente me explicasse
os modos de encher os espaços vazios com esta sumaúma triste.
Não me deste perspectivas de regresso nem qualquer tipo de garantia,
experimente e em quinze venha cá carimbar;
não me mostraste as precauções a tomar ou a profilaxia a fazer nem,
muito menos, os perigos que corro com
a sobredosagem da tua ausência na minha corrente sanguínea.
Foste-te embora e eu.
Às voltas com as dificuldades de montagem da tua falta
nos meus ocos recantos,
sem saber como me encaixar no vácuo que provocaste.
Eu, solta e desconjuntada, mil peças de pinho sueco espalhadas pelo chão da sala.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

.

E quando vais embora esqueces sempre de levar o teu cheiro contigo. Abraça-se a mim e fica. E tu deixas.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Parabéns.

Lembro-me de ti desde os meus cinco anos...
eramos apenas duas crianças que nos demos a conhecer cheias de sorrisos, de futuro, de vida.
A partir desse momento unimos as mãos e até hoje não as largámos mais.
Assim ao longo de onze anos, caminhamos sempre lado a lado.
Vi-te crescer, viste-me crescer... ajudámo-nos mutuamente
a moldar-nos, a ser o que somos.
Aquilo que sou em parte devo-te a ti,
porque sempre participaste no meu crescimento... desde a minha infância à minha adolescência.
És tu que estás ao meu lado para me secar lágrimas,
é o teu riso que muitas vezes me apanha do chão quando caio,
é o calor do teu abraço que me protege sempre que a vida me falha...
és tu que me ama incondicionalmente assim como sou,
com as minhas qualidades e defeitos.
Ninguém alcança os limites da nossa união e sabes porquê? Porque eles não existem.
A cumplicidade que nos toca é excepcional.
A vida sorri-nos, porque partilhamos o mais belo dos sentimentos, a amizade.
Uma vez disseram-me “acho que ele gosta de ti doutra maneira”. Ri-me.
Sim, tu amas-me. Amamo-nos. Mas como irmãos.
Amo-te Pedro, como ninguém te pode amar... porque sou tua irmã. Para a vida.
A minha alma fez um pacto com a tua e estaremos sempre juntos.
Desde sempre e para sempre.
Obrigado por cada momento, por cada olhar compreendido, por cada gesto carinhoso, por cada sorriso na tentativa de resgatar a minha alegria, por cada bocadinho teu que dás de ti a mim.
Mais um ano que partilho contigo de muitos que irei continuar a partilhar... Parabéns!

domingo, 10 de setembro de 2006

Um momento.


Tu: A minha almofada cheira a ti.

(silêncio)

Tu: Sabe-me bem.