quarta-feira, 2 de novembro de 2005
Quando o telefone toca...
Sempre que o telefone toca, sinto um aperto no peito e sinto o terror puro a percorrer cada pedaço do meu corpo.
É por saber que a qualquer momento, uma trágica noticia vai chegar a mim, uma noticia que tenho a certeza que é inevitável. Então tremo a cada vez que toca o telefone com a dor de imaginar que ela vai chegar naquela hora.
Queria tanto ter forças para evitar isto, mas não tenho. Ninguém tem.
Queria poder acordar deste pesadelo, e enfim... respirar de alivio porque não passava de um mau sonho. Mas não dá para acordar, não dá para ter esperanças. Apenas temos que esperar pelo momento de chorar mais uma perda... Uma perda que não podemos adiar, não podemos evitar. E dói, dói demais saber que não podemos fazer nada, dói saber que a qualquer momento vamos sofrer muito mais do que aquilo que já estamos a sofrer.
E a mim... a mim dói ainda mais saber que alguém que quero muito vai sentir-se sem chão, vai perder todo aquele brilho, por causa da dor que sente e vai sentir. Se pudesse, sofria tudo por ele. Juro que não ia deixar que ele se magoasse mais do que já está. Juro que queria poder desenhar um sorriso nos lábios dele e conseguir semear a paz no interior dele.
Grande fraca... não sou capaz. Não consigo. Essa vontade não pode passar disso porque foge a minha força para te ajudar. Mas eu vou continuar a tentar... eu prometo.
Quando o telefone toca... fecho os olhos e tento ouvir a minha mãe a respirar fundo, porque ainda não chegou a má noticia. Quando o telefone toca... fecho os olhos...
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1 comentário:
Amo-te***
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