Hoje permito-me reflectir:
Ao som de uma melodia que me faz encolher o coração, limito-me a pensar-me, a entender-me, a desmembrar todo o meu pensamento, para chegar a uma conclusão.
E eu sei...
Estou perdida, não me encontro em nada do que tenho sido, nem sequer me tenho sentido. Corroeram-me os sentidos. Levaram-me a razão, esfaquearam a minha essência, roubaram-me a alegria de ser. Apenas ser. E não, não foi apenas um alguém que me desapontou e me tirou tudo. Não. Esta constante na minha vida, em ser engolida pela tristeza, acompanha-me desde há muito. Sim, são pessoas que eu amava e que me eram tudo. Sim, foi um amor que falhou. Sim, é a vontade de chorar até me sentir sem ar. Sim, é e sempre será o vício dele que me consome. Sim, é todo um conjunto de espinhos que se cravam em mim até fazer sangue, até ser ferida, para ficar cicatriz.
Não me reencontro, mas a verdade é que nem tenho tentado me procurar. Porque essa busca pelo meu "Eu" magoa-me e sendo esse um caminho obscuro, refundido, acho que acabaria por me perder ainda mais...
Penso... Preciso de me desmontar peça a peça, para quando me sentir preparada, reconstruir-me talvez de maneira a voltar a ser quem fui um dia: Apaixonada pela vida. (neste momento acreditar que isto será possível soa-me a ridiculo, quase estúpido.)
Enquanto andar nesta luta por mim, sei o que tenho de fazer. Afastar-me de pessoas maravilhosas que se me atravessam no caminho (porque de alguma forma lhes faço mal e sem querer), aprender a estar sozinha, a conviver com as minhas carências e ao mesmo tempo ignorá-las.
Apesar de me sentir como se estivesse a cair num poço sem fundo, não desprezo quem me segura a mão, quem me faz sentir bem, quem me ampara as quedas, quem me seca as lágrimas.
Despeço-me... Há alturas da vida em que temos de saber dizer adeus, para um dia mais tarde voltar. Espero que quando o fizer seja com o meu verdadeiro Eu.