sexta-feira, 30 de setembro de 2005

Vazio.

Sem ti nos meus braços, sinto um vazio na alma. Dou por mim à procura do teu rosto no meio das multidões – sei que é impossível, mas não consigo conter-me. A minha procura por ti é uma busca interminável destinada ao fracasso.
Por vezes a minha dor é esmagadora, e embora compreenda que nunca mais nos voltaremos a ver, há uma parte de mim que quer agarrar-se a ti para sempre.
Talvez um dia eu consiga entender aquilo que aconteceu connosco e enquanto não atingir esse meu desejo de perceber tudo, vou recordar as coisas boas e tentar não pensar nas más.
Vou tentar pensar, em quando andávamos os dois de mãos dadas por Coimbra sem rumo, pensar em quando me enchias de beijos, ou me fazias cócegas na barriga. Pensar nas nossas tardes no Toledo a rir, a falar, aos beijinhos aqui e ali, pensar nos teus miminhos. Pensar naquela visita de estudo em que me ia metendo em sarilhos cómicos e em que nos desmanchámos a rir, pensar em quando deitei a cabeça no teu colo e tu mandavas calar toda a gente que entrava para eu descansar. Vou tentar relembrar cada segundo que te amei. Vou tentar guardar o cheiro da rosa por ti oferecida, numa noite cheia de promessas que nunca irão ser cumpridas. Vou tentar guardar-te a ti. Guardar cada sorriso nosso, cada beijo, cada suspiro, cada “amo-te”, cada olhar perdido que me dirigias nas aulas. Cada abraço, cada palavra tua. Vou tentar mesmo, não te esquecer, não esquecer o teu jeito, a tua voz, o teu cheiro, o toque das tuas mãos. E nunca me vou esquecer daquela tarde no parque da cidade em que te disse “agora eu sei, agora tenho a certeza que vamos estar para sempre juntos” ao qual me respondeste com um abraço e um “eu também sei disso”. Na verdade eu vou estar sempre ligada a ti e tu a mim, Tu vais estar ligado a mim como a primeira pessoa a quem dei tudo o que de bom tenho dentro de mim e eu vou estar sempre ligada a ti, como a pessoa que mais te amou na tua vida. Porque tu nunca irás ter alguém que te irá querer como eu te quis a ti ou amar-te como eu te amei a ti.
E por tudo de maravilhoso que me deste, vou tentar não te esquecer. Mas com a certeza que nunca irei voltar a estar nos teus braços, não voltarei a sentir vontade de lutar por ti.
É verdade que nos perdemos para sempre um do outro, mas também é verdade – ambos sabemos disso – que estaremos sempre num cantinho apertado do nosso coração. Até porque sei que gostaste de mim e sei que em tempos fomos muito, muito felizes. Nunca ninguém irá compreender aquilo que senti por ti. Mesmo ninguém.
Enfim... foste a melhor e a pior coisa da minha vida. É estranho, mas é a realidade.
Não te vou esquecer, vou-te guardar, mas... vou me despedir de ti. Os meses vão passando e a nossa história está cada vez mais distante, cada vez mais, ela se esconde no passado. E chegou a altura de dizer adeus e desta vez é que é mesmo adeus. Para sempre.
Adeus.

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